Paixoneta

Esta madrugada (3 da manhã) recebi um telefonema deveras estranho e interessante. Estava a dormir, acordei completamente abstraída do mundo real e nem consegui ver o número da pessoa que estava a ligar:
Eu: Sim???
Ele: Olá- Está tudo bem contigo?
Eu: Não, estava a dormir. Desculpa, mas quem fala?
Ele: Não me conheces a voz?

E eu, de facto, não a estava a reconhecer (notei que devia ser algum conhecido e não uma chamada do gozo porque ele falou muito da minha vida, perguntou pela família) mas lá fiz de conta:

Eu: Claro que reconheço. E contigo está tudo bem?
Ele: Sim, só te estou a ligar para te dizer que estou apaixonado por ti, aliás, continuo, porque já gosto de ti desde os meus 20 anos. Já não te vejo há algum tempo e morro de saudades tuas. Prometo-te que nunca te esquecerei.
Eu: Ah, ah. Pois. Está bem. Não fazia ideia.
Ele: Não podias adivinhar, nunca to disse porque pensava que nunca te interessarias por mim e depois começaste a namorar e eu não quis atrapalhar (atitude louvável).
Eu: Mas eu tenho namorado.
Ele: Eu sei, mas tinha que te dizer isto, não aguentava mais.

E pronto despedimo-nos e eu enquanto falava com ele, não me apercebi, em qualquer instante, de quem poderia ser. Aliás, passaram-me na cabeça meia dúzia de homens que pudessesm ser, mas depressa os excluí.

Desligado o telemóvel e já meio acordada vou verificar o número que tinha ligado. SURPRESA das surpresas: era um rapaz por quem eu aos 18 anos tive uma paixoneta. Ele tinha 20, um corpo lindo de morrer (musculado), mas nunca lhe disse nada porque pensei que ele jamias se interessaria por mim. Depois apaixonei-me por outro e este foi continuando amigo.

E hoje, por volta das três da manhã, soube que estivémos apaixonados um pelo outro na mesma altura, e que se não fossemos tão medrosos e nos tivéssemos declarado, podíamos ter vivido uma linda história de amor. Agora tarde demais, estou bem como estou.

E depois breve discussão com o namorado, que esteve a ouvir toda a nossa conversa.
Enfim, há cada noite.