"Entre toda a espécie de objectos encontra-se um caderno de desenho, aberto, no qual se vê um desenho: um mosaico de figuras em forma de répteis. Um dos bichos parece, sem dúvida, estar farto de ficar ali, plano e hirto entre os seus companheiros. Então, estende uma perna, em relevo, para além da margem do caderno, continua a libertar-se e expõe-se à vida livre. Trepa pela capa dum livro de zoologia e esforça-se na subida escorregadia dum esquadro, até ao ponto alto da sua existência. Um curto repouso, cansado mas satisfeito, e então de novo desce sobre um cinzeiro, de volta à superfície, ao papel de desenho plano, onde, obediente, se vai juntar aos seus antigos companheiros e retoma a sua função como elemento de distribuição duma superfície."
(Escher, 1994)
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